Confira a coluna "Olho de Tandera" pós eleição 2024 - por Jones Almeida

Foto: Divulgação
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Duelo de titãs

Os olhos da política baiana estão voltados para a disputa inédita do segundo turno da Prefeitura de Camaçari. Além do feito histórico, o pleito ganha destaque por antecipar um possível embate estadual em 2026. De um lado, Luiz Caetano conta com o apoio total do governador Jerônimo Rodrigues (PT); do outro, Flávio Matos traz a força de ACM Neto e do União Brasil, partido que já consolidou um “cinturão azul” no primeiro turno em Salvador e boa parte da Região Metropolitana. Agora, ambos os grupos direcionam seus esforços máximos para conquistar Camaçari.

Estratégia de Bacelar

Apesar dos boatos de fracasso, o Podemos deu uma rasteira nos críticos e saiu da eleição com dois vereadores eleitos em Salvador. Sob a batuta do estrategista Bacelar, Uendel Alves coordenador do partido, provou que a articulação política ainda faz mágica: 56 mil votos e duas cadeiras na Câmara. Para quem dizia que o partido estava enfraquecido, parece que alguém subestimou a cartola.

A vingança de Marão

Em Ilhéus, boa parte da responsabilidade pela derrota da petista Adélia Pinheiro, pode ser atribuída à manutenção da candidatura do homem de confiança do prefeito Mario Alexandre "Marão" (PSD), Bento Lima (PSD).

Com a gestão desgastada e as recentes investigações da Polícia Federal na prefeitura e no comitê de campanha, Marão evitou qualquer tipo de acordo com o Palácio de Ondina e manteve o nome do indicado à sua sucessão até a urna, facilitando o caminho para a vitória de Valderico Junior (UB).

Juazeiro

A vitória do medebista Andrei da Caixa em Juazeiro derrotou de uma só vez , dois experientes caciques da política local: Os ex-prefeitos Joseph Bandeira (PSB) e Isaac Carvalho, além é claro, da própria prefeita Suzana Ramos (PSDB).

Diante da indefinição na base do governador, Joseph indicou a filha, Régia Bandeira (SD), como parceira de chapa da atual gestora, que tem outro filho de Joseph, Leonardo Bandeira , na atual condição de vice-prefeito. 

Já Isaac Carvalho deu um cavalo de pau e se desfilou do PT para lançar a candidatura de um desconhecido sobrinho , Celso Carvalho, pelo PSD.

Liderança abalada

O desempenho catastrófico da candidatura do vice-governador, Geraldo Junior (MDB) e outras derrotas atribuídas à movimentação do senador Jaques Wagner (PT) no interior do estado, despertaram um movimento interno impensável, de críticas e contestações à sua habilidade política.

Apelidado de bruxo, pela capacidade de acertar nas estratégias e costurar acordos eleitorais vitoriosos, Wagner se vê pela primeira vez na berlinda da militância e de alguns dirigentes renomados, embora esse fogo amigo se manifeste ainda em voz baixa e entre quatro paredes.

Jânio Natal: O Verdadeiro Bruxo

A reeleição do prefeito de Porto Seguro, Jânio Natal (PL), o consagrou como um dos mais competentes "engenheiros eleitorais" da política baiana. Jânio, que já foi vereador de Salvador, deputado estadual e federal e prefeito eleito de Belmonte, venceu uma disputa tida para muitos como improvável. Ao derrotar a deputada estadual Claudia Oliveira, o gestor contrariou a projeção de vários institutos de pesquisa.

Robério de volta em Eunápolis 

Em Eunápolis, Robério Oliveira (PSD) venceu o pleito contra o também ex-prefeito , Neto Guerrieri ( Avante). Aliás, o município é a única grande prefeitura a ser administrada pela base do governador Jerônimo Rodrigues na região do Extremo-Sul do estado. Robério já havia comandado a prefeitura até 2020. 

Articulação Tabajara

Nos bastidores da Governadoria, o que mais rola é análise do desempenho eleitoral da base do governo nos grandes municípios. Nem Camaçari, dada como certa na conta da cúpula de Ondina, está garantida com o cenário de segundo turno entre Caetano (PT) e Flávio Matos (UB).

Um Olho de Tandera disse que o resultado foi desastroso e deixou claro que a articulação política Tabajara do governo, deve ser reconstruída imediatamente.

Já deu

A nova derrota do deputado federal Zé Neto (PT) para o cacique Zé Ronaldo (UB), sepulta de vez as chances do petista de almejar a Prefeitura da Princesinha do Sertão. O PT deve começar a projetar novos nomes para as futuras disputas na segunda maior cidade do estado.

Jusmari na ALBA

Com a vitória do deputado estadual, Eures Ribeiro (PSD) , na disputa pela prefeitura de Bom Jesus da Lapa, a atual secretária de desenvolvimento urbano, Jusmari Oliveira (PSD), deve assumir o mandato na Assembléia Legislativa (ALBA), a partir de 1⁰ de janeiro.de 2025. 

Perdeu, mas ganhou.

Aliás, um Olho de Tandera lá do Oeste, disse que Jusmari está feliz da vida não só porque vai resgatar o mandato na ALBA, mas também pela derrota do ex-deputado federal Tito (PT) , na corrida pela prefeitura de Barreiras.

No cálculo de Jusmari, a eleição do "correligionário" da base do Governo Estadual, não seria nada vantajosa para seu grupo no município, já que com caneta na mão, Tito passaria a ser a grande referência da base política do governador Jerônimo Rodrigues na região.

PSD amplia domínio baiano

Em 2024, o PSD consolidou seu domínio nas prefeituras baianas, saltando de 108 para 115 cidades. Liderado por Otto Alencar, o partido celebra vitórias estratégicas em municípios importantes como Paulo Afonso, Alagoinhas e Eunápolis, mostrando que a força política da sigla se mantém em alta na Bahia. Com o feito, o PSD se reafirma como o principal poder municipal no estado, garantindo espaço significativo para futuras articulações. Será que vai levar comando da UPB e Assembleia Legislativa da Bahia? Veremos!

Vitória nas urnas

Contrariando as expectativas, a oposição na Bahia saiu fortalecida das urnas nas eleições de domingo (6). Além de manter o predomínio sobre as maiores cidades do estado, vencendo inclusive novos municípios, como Ilhéus e Lauro de Freitas, o grupo oposicionista conseguiu reeleger prefeitos pelo interior e avançar em algumas regiões, como no Oeste. O resultado deixou o grupo liderado pelo ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) animado para 2026. 

Derrotas

Por outro lado, o governo sofreu derrotas pesadas. A principal delas foi em Feira de Santana, segunda maior cidade do estado, onde o deputado federal Zé Neto (PT) foi derrotado pelo ex-prefeito José Ronaldo de Carvalho (União Brasil). Por lá, o petista contou com toda a força da máquina do estado, além do forte aparato de comunicação, mas mesmo assim acabou sofrendo sua quinta derrota. Outra perda foi em Lauro de Freitas, onde o grupo petista tinha predomínio com a prefeita Moema Gramacho (PT), que viu seu candidato, Antonio Rosalvo (PT), ser derrotado por Débora Regis. 

Surpresas

A eleição para a Câmara Municipal de Salvador contou com muitas surpresas. A renovação foi de quase 40%, quando o esperado era pelo menos metade disso. Muita gente grande ficou de fora e muito candidato que tinha alta expectativa acabou não conquistando a vaga. Uma das maiores decepções nas urnas foi o PT, que ficou com apenas uma cadeira, da vereadora Marta Rodrigues. O MDB do vice-governador Geraldo Júnior também ficou apenas com uma cadeira, com o ex-vereador e ex-deputado David Rios. 

Maioria absoluta

Por outro lado, a base do prefeito Bruno Reis (União Brasil) se fortaleceu ao eleger 33 vereadores. A expectativa, contudo, é que esse número aumenta, visto que alguns dos eleitos em partidos de oposição podem se juntar ao time de Bruno. 

Nome forte I

O prefeito de Itapetinga, Rodrigo Hagge (MDB), saiu fortalecido das eleições municipais deste ano de olho em 2026. Ele conseguiu eleger seu sucessor, Eduardo Hagge (MDB), e ainda conseguiu vitórias importantes na região. Uma das principais dela foi a eleição de Dr. Adauto, em Itororó. Para além das vitórias, Hagge se consolida como uma liderança regional e deve chegar forte em 2026, quando deve disputar uma vaga de deputado estadual ou federal. 

Nome forte II

Outro que sai forte da eleição é o prefeito de Euclides da Cunha, Luciano Pinheiro (PDT). Com elevada aprovação de sua gestão, ele conseguiu eleger seu sucessor, Heldinho Macedo (PDT), com tranquilidade e desponta com força para 2026, quando deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA).

Cumprindo promessa

Durante a campanha em Jequié, um jovem aluno da rede municipal lançou um desafio inusitado ao prefeito José Cocá (PP) e ao vice-prefeito Flavinho. A aposta? Se a chapa atingisse 85% dos votos válidos, eles descoloririam o cabelo, no estilo "let it go." Resultado? A dupla aceitou a brincadeira e apareceu com o novo visual, arrancando risadas e garantindo mais alguns pontos de carisma entre os eleitores. Agora, Cocá promete manter o visual irreverente por um tempo, cumprindo a promessa com bom humor. Até o deputado Hassan(PP) foi na onda! Que show da Xuxa é esse?

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