Tensão pré-eleitoral
A classe política baiana vive dias de cólicas com a tensão pré-eleitoral pelo 2º turno de Camaçari. Isso porque o que era para ser uma disputa municipal, virou uma grande batalha estadual entre os grupos de ACM Neto e do Jerônimo Rodrigues, que vem sendo chamada por muitos de 1º turno de 2026. O vaivém das pesquisas e a falta de precisão para estabelecer um prognóstico mínimo sobre o que esperar no domingo depois das 17h deixa todos os campos com os nervos à flor da pele. Os mais ansiosos já tiveram que repor o estoque de Rivotril para sobreviver à pressão.
De olho no futuro
Por falar em Camaçari, seja qual for o resultado das urnas, já tem petista ventilando uma avaliação de que Luiz Caetano está se cacifando para ser o candidato do PT ao Governo da Bahia em 2030.
Ensaio de rebelião
O que era para ser uma reunião de encaminhamentos entre líderes da Assembleia Legislativa e o secretário de Relações Institucionais, Jonival Lucas, virou um ensaio de rebelião de alguns parlamentares por causa de queixas acumuladas com a gestão estadual. Perto de encerrar o segundo ano de administração de Jerônimo, deputados já não escondem mais que, apesar do bom trato interpessoal do governador, as respostas objetivas na política e na gestão estão abaixo das expectativas. O saldo do encontro gerou uma proposta inusitada: levar os pepinos para Rui e Wagner apertarem Jerônimo.
Brumado
Em Brumado, o prefeito eleito, Fabrício Abrantes (Avante), viajou para descansar após a apertada vitória eleitoral no último dia 06 de outubro, quando derrotou Guilherme Bonfim (PT) por uma margem de 419 votos.
Apesar de o governador Jerônimo Rodrigues ter subido no palanque adversário para apoiar o irmão do deputado estadual Vitor Bonfim (PV), articuladores da política palaciana, enxergam como natural a adesão de Fabrício à base do Governo do Estado, já que está filiado à uma sigla que apoia o chefe do executivo baiano e saiu muito fortalecida do último processo eleitoral.
Que comecem os jogos
Passado o primeiro turno das eleições, a disputa pelo comando da União dos Municípios da Bahia (UPB) já começou a esquentar. Prefeitos começaram a se movimentar para angariar apoios e conquistar a presidência da entidade que representa os gestores municipais, hoje comandada pelo prefeito de Belo Campo, Quinho (PSD), que está encerrando seu mandato. Até o momento, pelo menos três nomes já se lançaram: Beto Pinto (MDB), prefeito de Medeiros Neto; Danilo Salles (PCdoB), de Várzea da Roça; Phellipe Brito (PSD), de Ituaçu; e Gustavo Carmo (PSD), de Alagoinhas.
Articulação
Nos bastidores, circula também a informação de que o deputado estadual Eures Ribeiro (PSD), novamente eleito prefeito de Bom Jesus da Lapa, se movimenta para voltar ao comando da UPB, que já presidiu há alguns anos. Eures, inclusive, teria a preferência de caciques do PSD e também de um bom número de prefeitos.
Estratégia
Dos nomes já lançados, quem tem articulação avançada é o prefeito de Medeiros Neto, Beto Pinto. Reeleito com mais de 70% dos votos, ele já conseguiu fechar questão no MDB e tem avançado com apoios no Extremo Sul e Oeste do estado. Com perfil de diálogo, tem procurado lideranças e prefeitos para viabilizar uma candidatura forte. A pessoas próximas, ele já disse ter mais de 50 prefeitos ao seu lado e tem mantido diálogo com outros.
Incógnita
Caciques da base governistas andam comentando, nos bastidores, sobre o posicionamento de um grupo de prefeitos eleitos pelo Avante. Embora o partido integre a base do governo na Bahia, estes prefeitos não contaram com o apoio do governador Jerônimo Rodrigues (PT) e de caciques do PT. Pelo contrário, em alguns casos, como eram dois candidatos da base, o governador chegou o outro postulante. A dúvida é saber se esses prefeitos vão se considerar base do governo e se estarão com Jerônimo em 2026.